Crédito: Aline Bassi / Balaio de Ideias
A cidade de Ilhabela, no litoral norte paulista, é conhecida como a Capital Nacional da Vela, aliás, oficialmente, por meio da nº12.457, de 26 de julho de 2011. Também no litoral norte do estado, Ubatuba tem a maior concentração de veleiros de lazer da região.
Estes dois polos de desenvolvimento náutico vão viver um dia especial de integração. No dia 9 de junho, acontece a terceira edição da Regata Decathlon Ubatuba-Ilhabela, com participação de mais de 90 embarcações, não apenas do litoral paulista, como também da costa fluminense.
A primeira edição da regata, realizada em 2021, reuniu 62 embarcações. No ano passado, 73 equipes se inscreveram para a travessia e até o momento 98 embarcações já estão inscritas para a regata da próxima sexta-feira.
“Há muitos anos este percurso entre as duas cidades já foi palco de regatas. Por alguma razão essa travessia se perdeu no tempo e nessa recente retomada, tivemos um grande número de participantes já na primeira edição, em 2021. No ano passado, contando com o apoio da Prefeitura de Ilhabela na logística de desembarque, no receptivo e premiação, o número de velejadores foi ainda maior. Além deste apoio e a participação da Decathlon como patrocinadora pela segunda edição, este ano temos ainda a realização de uma feira voltada aos velejadores, a Velashow, acontecendo na cidade o que tende a transformar Ilhabela em um grande encontro dos praticantes da vela nestes dias”, comenta Eduardo Grigaitis, da organização da regata.
Se Ilhabela já é um tradicional polo de desenvolvimento da vela, a cidade de Ubatuba vem
assistindo o crescimento da atividade nos últimos anos.
Para o diretor de vela do Ubatuba Iate Clube, Alex Calabria, alguns fatores explicam este crescimento:
“Existe uma comunidade tradicional de vela em Ubatuba. Muitas pessoas têm residência em
seu veleiro aqui no Saco da Ribeira, adotam um estilo de vida próximo ao mar, uma
tendência que a gente viu crescer neste período de pandemia recente. O Ubatuba Iate
Clube, promovendo regatas na região, acaba sendo um catalisador desses aficionados por
este estilo de vida e o resultado é que a cada ano vemos mais e mais participantes em
nossas regatas”, detalha.
De campeões mundiais a famílias e novos praticantes competem em igualdade A travessia entre estes dois polos é, de fato, uma regata oceânica, uma competição. Mas a vela de oceano é democrática, e a competição acolherá nas classes convidadas velejadores de todos os níveis de prática.
“Teremos embarcações nas classes ponta, como a ORC, uma grande flotilha da BRA-RGS, os Mini e mais um bom número de multicascos e os velejadores da Bico de Proa, abrigando uma diversidade praticantes da vela”, comenta, comenta Alexandre Martinho, diretor técnico da competição.
Busca pela Fita Azul anima participantes
Em duas edições da regata, naturalmente apenas duas equipes conquistaram a fita azul, que é uma distinção feita à primeira embarcação a cruzar a linha de chegada. Em 2021, o Montecristo, então sob o comando de Julio Cechetto, foi o primeiro a cruzar, depois de ter feito o percurso em 3h56’14”. Em 2022, com um tempo de travessia de 3h10’47”, o Zeus , de Paulo F.Moura, foi o fita azul.
“Vamos pra regata com o foco da fita azul, sem dúvida nenhuma, quero estabelecer o novo recorde da regata”, comenta Felipe Villares do Catamarã PapaCat.
O velejador olímpico Lars Grael estará no comando de outro multicasco, o Argos 43: “Não dá pra gente não. Tem veleiros mais rápidos, mas nem por isso a gente deixa de ser competitivo. A intenção é conhecer melhor o Argos catamarã, ver como ele se comporta na travessia, já que pretendemos levá-lo para a Recife-Fernando de Noronha”, completa Lars.
“Estou animada, acho que conseguimos reunir um time competente, apesar da dificuldade de formar uma tripulação exclusivamente feminina”, conta Renata Bellotti, comandante do veleiro Phytoervas 4z, um S40 que tem tudo para disputar a liderança da regata com uma equipe 100% feminina.
99% feminina é também a equipe da comandante Alexandra Mamacos, o Faros, veleiro sul-africano, como sua comandante, que completou no início do ano a regata Cape to Rio e participará da travessia (convenhamos, bem menor) com uma tripulação de 6 mulheres e um homem.
Logística complexa exige parceria em prol da vela
Não é simples realizar uma regata de travessia oceânica envolvendo duas sedes e o sucesso do evento passa pelo comprometimento dos envolvidos tanto em Ubatuba, quanto em Ilhabela.
A regata conta com o apoio do Ubatuba Iate Clube em seu ponto inicial, que cede seu espaço para a realização de um coquetel de boas-vindas, na noite anterior, e suas instalações náuticas para a preparação dos competidores, além do apoio logístico embarcado para a largada.
O Pindá Iate Clube complementa o ciclo de apoio cedendo poitas para parte das equipes e logística de traslado na cidade.
“Estamos ansiosos com a proximidade da competição. Uma regata que já é sucesso. Virou tradição mesmo estando apenas na terceira edição. O Pindá Iate Clube existe há 50 anos e possui o DNA da vela. Atualmente estamos buscando cada vez mais fomentar e desenvolver esta atividade entre os nossos associados para, junto com nossos parceiros, crescermos cada vez mais.
Como apoio, estamos cedendo 10 poitas para os primeiros inscritos, incluindo a logística de embarque e desembarque e o apoio em terra que os velejadores precisarem, além de termos alguns representantes correndo a regata pelo clube”, comenta Dudi Nowill, comodoro do Pindá.
O fomento à atividade esportiva e também ao turismo em Ilhabela são fatores de integração que se somam ao evento, que conta com o apoio da Prefeitura de Ilhabela: “Ubatuba é um dos grandes pólos da vela oceânica brasileira. A regata conecta as cidades e tem tudo para ser grande sucesso”, resume Bruno Prada, secretário de esportes de Ilhabela.
As inscrições podem ser feitas até o dia 8 de junho de 2023, por meio do site www.regataubatubailhabela.com.br/inscricoes.
O aviso de regata (instruções e informações técnicas) pode ser acessado em:
https://regataubatubailhabela.com.br/ar-ir