A equipe Xamã, do Iate Clube de Santos e com tripulação de Ilhabela (SP), segue na briga por um lugar no pódio do Campeonato Brasileiro de Vela de Oceano que é realizado no Veleiros da Ilha, em Florianópolis (SC), e termina na tarde deste sábado.
A equipe está em quinto lugar com 22.5 pontos e precisa de um bom desempenho na regata barla-sota do último dia para chegar em segundo ou terceiro lugares na briga com o Ventaneiro 3, do Rio de Janeiro, o Rudá, do Guarujá (SP), e o Índio, de Porto Alegre (RS).
O time conta com um sobrenome famoso, de Marcelo Massa, tio de Felipe Massa, ex-piloto de Fórmula 1 que brilhou nas pistas pela Ferrari sendo vice-campeão mundial em 2008 e um dos brasileiros mais vitoriosos na história da principal competição de automobilismo.
“Fui em várias corridas com o Felipe, lá fora e aqui no Brasil. Nossa família é muito unida , família de italianos, sempre gostamos de estar reunidos. No início de março teremos uma série de casamentos na família, estaremos todos juntos. hoje em dia não temos tanto contato como no passado, mas seguimos nos falando direto”, conta Marcelo.
“Desde pequeno meu negócio é o mar, já fiz algumas corridas por hobby de kart. Meu sobrinho seguiu o caminho do pai dele e do irmão que corriam de carro , mas eu sempre tive o barco como minha casa”, lembra Marcelo, de 55 anos, que vê semelhanças entre ele e o sobrinho mesmo em esportes diferentes: “Eu diria que é a competitividade, nós gostamos de competir e ganhar, somos muito competitivos em todos os sentidos, é difícil a gente assimilar uma derrota. Se for uma derrota onde você deu seu máximo, tudo bem, perdemos para quem mereceu, agora existem derrotas que nem sempre são isso, pois sabemos que seu equipamento nem é tão bom quanto o do cara, ai independe do teu esforço humano, é por equipamento. Isso na Fórmula 1 existe, se não tiver um carro bom, você não vai ganhar. Aqui também, se não tiver um barco bom, que tenha boa medição , não adianta ter apenas uma tripulação boa. É o conjunto todo, barco mais a tripulação”.
Marcelo veleja desde pequeno onde passou por várias classes de monotipo e desde 2003 veleja de Oceano. Já teve barco e há dois anos passou a integrar a equipe do Xamã, comandada por Sérgio Klepacz. Hoje ele é o trimmer da tripulação.
Ele vem trabalhando agora para trazer o sobrinho para ter uma experiência inédita na Vela de Oceano, algo que pode ocorrer ainda este ano em setembro na regata Recife-Fernando de Noronha, que abriu inscrições recentemente.
“O Xamã é patrocinado pelo Matrix, empresa que vende energia no mercado. Coincidentemente o Felipe viu uma foto do Xamã com o Matrix e me ligou e disse ‘pô Marcelo, eu e Cláudio (dono da empresa) estivemos juntos final de novembro’ e aí em uma conversa de renovação de patrocínio temos no calendário correr a REFENO e se realmente isso se concretizar, diz o Felipe que irá junto do Cláudio. Precisamos ver se vai dar pelo calendário dele, a princípio ele gostaria de ir. De Oceano ele nunca velejou comigo. Quando eu velejava de monotipo, Felipe chegou a brincar no barco, ele era menino, nem era piloto famoso, estava começando no kart”.
Marcelo destaca a força do novo barco da equipe Crioula que garantiu o título Brasileiro antecipado e reforça o entrosamento com seus companheiros para tentar uma vaga no pódio em Floripa.
“Equipe é muito boa, nos conhecemos desde sempre. Tático é o Tinah, ele foi meu primeiro companheiro de vela quando tinhamos 15 anos de idade, nos conhecemos há 40 anos, temos entrosamento muito bom , mas a equipe está bastante entrosada, nos conhecemos muito bem”, aponta: “O Brasileiro está bom, tivemos algum azar na regata de quinta-feira (percurso) com um acidente com um tripulante , precisamos desistir, até então estávamos brigando bem por um pódio, ontem fizemos um segundo e um quinto. Nos mantém na briga pelo pódio, mas um pouco mais distante. Com uma regata só será difícil chegar entre os três, mas vamos tentar.”