Dono de duas participações olímpicas, com título Mundial de Snipe e medalha de Ouro no Pan-Americano do Rio de Janeiro, Alexandre Paradeda, coordenador técnico do Veleiros da Ilha, de Santa Catarina, comentou sobre a nova geração da vela brasileira e a importância da garotada poder competir no Campeonato Brasileiro ORC da Associação Brasileira de Veleiros de Oceano que acontece junto com a 33ª edição do Circuito Oceânico de Santa Catarina.
Paradeda, que é natural do Rio Grande do Sul, migrou para Florianópolis no fim do ano passado onde iniciou um trabalho com os jovens do clube. Ele está na disputa da competição com o veleiro local Kanaloa, modelo HPE30. Quatro jovens do clube estão na disputa pelo Catuana Kim.
“Circuito é sempre um baita de um campeonato, com tempo bom, vento bom, a raia de Jurerê é única , talvez a melhor do Brasil , clube recebe bem os veleiros de fora, sempre um prazer recebê-los, se torna um encontro entre os amigos nos melhores lugares do Brasil”, diz Paradeda: “Vela de Oceano é onde a garotada consegue ter mais intercâmbio com o pessoal mais velho, oceano é importante para isso, troca de experiências com os velejadores mais rodados e aprender com eles onde só conhecemos no clube e eles não têm muitas oportunidades de velejar, isso pros jovens é muito importante”.
Alexandre foi o treinador do velejador de Ilhabela, Alex Kuhl, que conquistou o inédito título Mundial da Optmist, a classe de entrada na vela, em 2021: “O Alex está no Yacht Club de Ilhabela. Tivemos o Brasileiro de 420 e a Copa da Juventude onde estava junto com a equipe daqui e também com ele, agregamos o Alex que está se reestruturando, ele é uma jóia da nossa vela e precisa de apoio de todo mundo e foi isso que fizemos lá”.
Segundo Paradeda, Alex é um dos grandes nomes para o futuro da vela brasileira: “Ele é dos mais fortes dessa geração, comprometido com o esporte e daqui a pouco a CBVela vai pegar e adotá-lo na parte esportiva e dar sequência na carreira dele”.
Segundo Xandi, o nosso futuro é promissor e o clube tem nomes de destaque em todas as idades para brigar por vagas nos maiores campeonatos, inclusive nas Olimpíadas: “Vela Jovem do Brasil não fez um grande Mundial da Juventude agora está trabalhando forte para ir melhor esse ano em julho na Holanda. Aqui no Veleiros da Ilha temos atletas de todos os tipos, gente para brigar por vaga olímpica como o Bruninho fontes e a Tina Boabaid , vaga Pan-Americana entra o Matheus Dellagnelo também , temos uma Vela Jovem forte onde o 29Er classificou o primeiro masculino e primeiro feminino para o mundial da Juventude esse ano, para Olimpíada é um caminho mais longo, eles têm 16 anos ainda, na Optmist colocamos dois caras na zona de classificação para o Mundial, isso já é um belo início e vamos brigar para ter representantes no Mundial da Juventude , no Pan e na Olimpíada e isso por si só será um grande resultado para o clube”.
Crioula 52 vence a regata mais longa da competição
A quinta-feira foi dia da segunda regata de percurso do Brasileiro ORC com 41,9 milhas e um desafio para os velejadores. O Crioula 52, do Veleiros do Sul, de Porto Alegre (RS), foi o Fita Azul, ou seja, o primeiro a cruzar a linha de chegada, após pouco mais de quatro horas e venceu a disputa no tempo corrigido. O veleiro é comandado por Eduardo Plass e tem o velejador olímpico Samuel Albrecht como tático.
O Ventaneiro 3 do Rio de Janeiro, ficou em segundo lugar e sustenta a vice-liderança na disputa pelo campeonato. O barco campeão Brasileiro de 2020 segue na briga e tem Renato Cunha no comando e presença do velejador olímpico Marco Grael, filho de Torben Grael. O Inaê, de Santos (SP), fechou o dia em terceiro lugar. O Índio, de Cícero Hartmann, também do Veleiros do Sul, fechou em quinto e é o terceiro no geral na estreia do barco.
O dia teve quatro desistências dos veleiros Rudá Blue Seal e o Xamã, do Guarujá (SP) e de Ilhabela (SP) respectivamente, além do Ximango, de Porto Alegre (RS) e o Terroso, do Veleiros da Ilha.
“Regata muito dura, bastante vento , basatante mar, exigiu muito dos barcos, tivemos várias quebras, do nosso não, Graças a Deus não aconteceu nada com o nosso, velejamos bem, barco em linha d´água o que ajuda bastante. Florianópolis é maravilhoso, a paisagem vai mudando, é diferente, não é a primeira vez que estamos vindo, mas sempre muito bom estar aqui”, disse André Sobral do Boto V, seguido por Maurício Santa Cruz, pentacampeão Mundial, velejador com participações Olímpicas e Ouro no Pan de 2007 no Rio: “O campeonato está excelente, bons ventos, tripulações velejando bem e agora serão regatas mais curtas aqui dentro e vamos buscar melhorar nossa performance”.
Na BRA-RGS, o Garrotilho segue na ponta, seguido pelo Bruxo e o Plancton. Na RGS Cruzeiro A o Sossegado é o líder, na B o Mako IV é o primeiro. Na Bico de Proa, o ArCaFer está na ponta, o Dadu lidera na Multicasco.
O campeonato termina no sábado e ainda restam mais dois dias com regatas mais curtas, de Barla-Sota.
Os resultados da ORC e de todas as classes podem ser seguidos pelo site – https://icsc.regatas.ar/circuitosc/index.php/pt/ .